Embrapa e Petrobras assinam cooperação para pesquisas em produtos de baixo carbono e fertilizantes

A Embrapa e a Petrobras assinaram, nesta sexta-feira (6), um termo de cooperação para o desenvolvimento de estudos técnicos focados em matérias-primas renováveis, com o objetivo de produzir produtos de baixo carbono, como biocombustíveis, químicos verdes e fertilizantes. Essa aliança estratégica pretende unir a expertise da Petrobras no desenvolvimento de tecnologias industriais com a competência da Embrapa em práticas agrícolas sustentáveis.

A Petrobras está comprometida em criar soluções tecnológicas avançadas e estabelecer unidades industriais voltadas para a produção de biocombustíveis e bioprodutos. Paralelamente, a Embrapa vai trabalhar no desenvolvimento de protocolos agrícolas de baixo carbono, incluindo certificações para culturas como a soja, utilizando técnicas agrícolas eficientes e racionais.

O escopo da cooperação também abrange o estudo e desenvolvimento de culturas alternativas à soja, bem como o cultivo de safras intercaladas e consorciadas, como o milho safrinha e a carinata, uma oleaginosa com grande potencial. Essas alternativas visam expandir as opções para a agroenergia em diferentes biomas e sistemas de produção no Brasil.

“A diversificação e o acesso a matérias-primas sustentáveis, de alta qualidade e custo competitivo são cruciais para o sucesso de iniciativas como a produção de biocombustíveis. Além disso, estamos empenhados em oferecer novos fertilizantes ao mercado nacional, contribuindo para as metas do Plano Nacional de Fertilizantes. A parceria com a Embrapa é vital para impulsionar esses projetos”, destacou Magda Chambriard, presidente da Petrobras.

Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, reforçou a importância dessa colaboração. “A retomada da parceria com a Petrobras é estratégica para ampliar nossas contribuições aos produtores rurais e às políticas públicas, especialmente em áreas como bioeconomia e desenvolvimento sustentável. Em 2023, atingimos a marca de 100 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOS) emitidos, um feito que deve gerar até R$1,2 trilhão em investimentos e economias nos próximos dez anos”, afirmou Massruhá, lembrando o papel da Embrapa no desenvolvimento da ferramenta Renovacalc, essencial para a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, destacou a relevância estratégica da parceria. “O Brasil tem importado mais de 80% do NPK que utiliza, o que nos dá segurança alimentar, mas não soberania. Assim como na transição energética, essa cooperação nos permitirá explorar as oportunidades que a agricultura oferece para a produção de combustíveis verdes, considerando as especificidades regionais do país”.

No setor de fertilizantes, a parceria visa fomentar a criação de novos produtos com menor impacto ambiental, como fertilizantes à base de ureia de maior valor agregado e adubos com granulometria diferenciada. Essas inovações visam preparar a Petrobras para um futuro de descarbonização e aumentar a disponibilidade de fertilizantes no mercado nacional, alinhando-se às demandas do Plano Nacional de Fertilizantes. A Embrapa desempenhará um papel fundamental tanto no desenvolvimento quanto na validação da eficiência agronômica desses produtos, garantindo que as soluções sejam adequadas às culturas e solos brasileiros, promovendo safras mais produtivas.

Além disso, a parceria abrange temas como biometano e biogás, alinhados ao Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, e a formação de redes de pesquisa para desenvolver matérias-primas mais sustentáveis.

“A Petrobras está comprometida em desenvolver novas soluções para o setor de fertilizantes, que é crucial para o Brasil. Os dados técnicos e científicos fornecidos pela Embrapa serão essenciais para isso”, ressaltou Chambriard.

Como parte do Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras anunciou a retomada das atividades da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA), no Paraná, com a produção de ureia, ARLA 32 e amônia prevista para começar no primeiro semestre de 2025.

O termo de cooperação foi assinado no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras. O evento contou com a presença de lideranças de ambas as instituições, que se mostraram otimistas quanto ao impacto dessa colaboração no futuro do agronegócio e da indústria brasileira.

“Esta parceria representa um marco, tanto pela relevância tecnológica quanto pelo impacto direto nos negócios da Petrobras e do agronegócio nacional. Estamos confiantes de que, com a expertise da Embrapa, conseguiremos não apenas desenvolver produtos de alta performance, mas também contribuir para um futuro mais verde e eficiente para o Brasil”, concluiu Maiza Goulart, diretora executiva do Cenpes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

9 + 2 =

Rolar para cima